top of page

Retirante

Quando cheguei aqui

Não esperei muita coisa

Mas trouxe no peito

O peso de sonhos

 

O asfalto quente de dezembro

Me recebeu em silêncio

Porque a cidade não tem olhos

Pra quem chega

 

O tempo aqui não anda - desliza, escapa

A janela tá fechada, mas os sons viajam

O mundo dá voltas em torno de si, eu sei

Mas prefiro parar e ver a poeira brilhar na fresta

 

A cidade te devora aos poucos

Meu caro, Deixe estar!

Ser devorado é viver

Entre o caos e o despertar

 

Trago no peito uma pátria inventada

Onde o futuro é uma lembrança do que já se foi

Quando o presente cansa

Me refaço em sonhos que deixei pra depois

 

Sou um estrangeiro dentro de mim

Um retirante sem porto, nem mapa

Procurando o que perdi faz tempo

Mas talvez nem fosse meu

 

A vida é um itinerário incerto

Você embarca primeiro

O destino vem depois

 

Muitos já passaram por aqui

Cada um com seus próprios nós

 

A esperança é uma moeda gasta sem valor

Que gira no ar sem escolher um lado pra cair

Nem por isso me dou o luxo de parar

Prefiro a queda a nunca tentar subir

 

Se você acha que o destino é o fim

Não! Nunca foi

Por isso firmei o passo pra sustentar o peso do tempo

Só por hoje, vou caminhar sem julgar

A cor da poeira na calçada

Tião Folk - Abril/2025

  • Ícone do Instagram Branco
  • Ícone do Youtube Branco
  • Ícone do Twitter Branco
  • Ícone do Facebook Branco
  • Ícone do Spotify Branco
  • Ícone do Apple Music Branco

JUNTE-SE AO FOLK

Obrigado pelo envio!

CONTATO

Tião Folk

Whatsapp (41) 98783-9137

© 2025 - Canções de Água e Terra

bottom of page